Indicadores de desempenho: saiba como eles podem ser aplicados na gestão hospitalar

 

Avaliar o desempenho de uma empresa é de extrema importância para mensurar resultados e analisar as estratégias colocadas em prática. Para isso, são usados os chamados indicadores, que são recursos estratégicos usados para avaliar o desempenho de uma empresa. No caso dos hospitais, os indicadores hospitalares facilitam a gestão e são reflexo da situação real e atual dos serviços.

Principalmente quando falamos de saúde, a excelência na qualidade do atendimento e dos serviços prestados é primordial. E isso não diz respeito apenas ao atendimento médico em si, mas também a uma boa administração hospitalar e outros processos assistenciais que fazem parte do conjunto.

Por isso, dizemos que os indicadores trabalham com dados de todos os setores de uma empresa, e isso não é diferente quando se trata de hospitais. Todos os departamentos são avaliados e representam indicadores isolados. Ao unir todos eles, essas informações são cruzadas e geram feedbacks realistas sobre a situação do hospital.

Só assim um gestor hospitalar consegue avaliar a qualidade da assistência prestada, o tipo e quantidade de recursos hospitalares, o controle de gastos, o índice de produtividade e muito mais. Dessa forma, é possível tomar decisões mais assertivas baseadas nos dados cruzados, como o aumento de produtividade, melhor destinação dos recursos, adequações no quadro de funcionários e no atendimento, entre outras mudanças necessárias.

Ou seja, os indicadores, como o próprio nome sugere, indicam os pontos fortes e fracos da instituição hospitalar. Por isso, além de corrigir erros, é possível também reforçar aquelas práticas positivas que já estão dando certo no dia a dia.

É importante ressaltar, entretanto, que os indicadores só podem ser medidos se o hospital sempre colher e disponibilizar facilmente dados confiáveis sobre cada setor, o que torna os indicadores viáveis para tomadas de decisões baseadas em evidências concretas e atualizadas. Além disso, a qualidade e a comparabilidade dos indicadores dependem de definições operacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo.

Mas, afinal, quais são esses indicadores? Confira os principais!

Taxa de ocupação

Quando falamos de hospitais, geralmente pensamos em grandes complexos, com diferentes áreas. E, realmente, a maioria deles são assim mesmo. Por conta disso, a quantidade de pessoas que os procuram e circulam por eles diariamente é bastante expressiva.

Sem mensurar quantos pacientes são atendidos por dia, é impossível dimensionar os resultados alcançados pelo hospital, seu desempenho para suprir essa demanda e as estratégias usadas para evitar calamidades.

Dessa forma, tratamos esse indicador como a relação percentual entre a quantidade de pacientes atendidos e os números de leitos disponíveis por dia, em um determinado período. Assim, é possível mensurar o quanto o hospital está conseguindo atender tal percentual de pacientes, seja em relação aos médicos disponíveis, setor de limpeza, equipamentos etc.

Nesse cálculo de leitos, que é o principal nesse tipo de indicador, excluem-se os leitos bloqueados por alguma motivação. Com esse indicador, o gestor pode administrar de forma mais assertiva a disposição dos leitos e avaliar a oferta e a demanda.

Tempo médio de permanência

Além de contabilizar a quantidade de pessoas que circulam nos hospitais e utilizam seus leitos diariamente, também é preciso estimar o tempo de permanência médio dessas pessoas dentro do complexo. Ou seja, é o reflexo da rotatividade do leito operacional.

Para calcular, a fração deve ter como numerador o total de pacientes por dia em um determinado período de tempo, enquanto o denominador deve ser o total de pacientes que receberam alta, foram transferidos ou faleceram no mesmo período de tempo do numerador. Assim, é possível estimar por quanto tempo eles permaneceram no hospital até saírem do mesmo (independentemente da causa que os levaram à saída).

Rentabilidade

Esse indicador tem o poder de avaliar o quanto o hospital conseguiu obter de retorno financeiro em relação a quanto foi investido. Para calcular a rentabilidade utiliza-se o Return on Investment (ROI). Esse parâmetro indica qual foi a produtividade alcançada em relação à utilização dos recursos empregados no hospital.

Dessa forma, o gestor consegue analisar se o hospital está aproveitando da maneira correta os recursos empregados para os setores funcionarem bem. Assim, quanto maior a produtividade e o retorno financeiro alcançados, maior será o aproveitamento dos recursos. Se o gestor precisar direcionar esse indicador para alguma área, especialidade, convênio ou grupo de médicos específicos, também é possível.

Faturamento

Esse indicador diz respeito à administração do hospital, que mensura a saúde financeira da instituição e se ela é capaz de faturar mensalmente tudo aquilo que foi produzido no período, além de deixar o mínimo de conta para a próxima competência.

Para que o cálculo seja feito, é preciso saber exatamente o que cada paciente fez durante sua passagem pelo hospital. Ou seja, deve conter no prontuário de cada paciente os registros de todos os procedimentos aos quais o paciente foi submetido.

É possível também segmentar esse cálculo, com o percentual específico por área, convênio atendido, procedimento, especialidade etc. Só assim é possível colocar na balança os gastos, como os atendimentos, procedimentos, e quanto de capital entra mensalmente. O faturamento se baseia na folga entre esses dois valores.

Além disso, é possível analisar quais contratos são mais benéficos e quais os convênios geram maior retorno financeiro para o hospital.

Custo Orçado x Custo Realizado

O indicador Custo Orçado x Custo Realizado diz respeito a todo aquele orçamento que foi planejado para uma determinada ação ou para o hospital no geral, em contraponto com o que está sendo, de fato, executado para isso acontecer. Ou seja, o orçamento que eu fiz, está sendo empregado totalmente?

A parte do “orçado” refere-se ao planejamento do futuro. É o momento em que o hospital planeja o quanto espera faturar e gastar no próximo ano, o fluxo de caixa etc. A partir daí, definem-se as ações para que esses resultados sejam atingidos, quando vai se estabelecendo o “realizado”, que muitas vezes não está de acordo com o planejado. Por isso, para garantir a melhor relação entre essas duas premissas, é preciso cuidar atentamente de todos os processos, como gestão de projetos, de custos, equipes, acompanhamento de tarefas, entre outros.

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