Geralmente, a gestão de uma entidade de saúde pode apresentar dificuldades ao definir o real custo hospitalar para o seu setor administrativo de forma qualitativa.
A direção e gestão de um hospital pode se deparar com excesso de informações relacionadas aos custos e despesas envolvidas, pois o hospital e uma clínica envolvem estruturas complexas para oferecer o melhor atendimento para o paciente.
Neste artigo vamos apresentar uma visão geral sobre a composição dos cálculos administrativos que devem ser organizados, atualizados e mensurados através de relatórios e documentos internos.
O que são custos hospitalares?
Referem-se a todos os recursos financeiros empregados para a manutenção, gerenciamento e atendimento hospitalar.
Assim como acontece com uma empresa, os custos podem ser fixos ou variáveis conforme a destinação de cada ação ou projeto. No caso de um hospital, os custos podem ser variáveis e relacionados aos materiais, medicamentos, próteses e material auxiliar.
Dentre os custos fixos podemos citar os serviços relacionados com a manutenção da organização.
A gestão
Em relação ao controle, a gestão está vinculada aos custos variáveis e fixos que devem ser divididos em custos diretos e indiretos.
Nesses casos, os custos diretos são referentes ao atendimento do paciente. Já os custos indiretos são relativos aos que contribuem de alguma forma para que o atendimento ao paciente seja realizado.
Como exemplo, podemos citar como custos diretos num hospital a compra de materiais e medicamentos utilizados, o serviço de enfermagem, a prestação do serviço médico e manutenção de demais serviços.
Os custos indiretos no hospital podem abranger a parcela de custos do setor de compras, do financeiro, da higiene e da nutrição.
O atendimento
É fundamental calcular e controlar os custos hospitalares, para que a instituição tenha condições de oferecer atendimento de qualidade para o paciente.
Para o atendimento ocorrer, além de uma boa equipe médica e de enfermagem, é fundamental a compra dos medicamentos, o pagamento para os fornecedores, a preparação da comida, a limpeza dos quartos e das enfermarias.
Metodologia de custeio
Numa visão inicial de gestão, em relação aos custos hospitalares, para inserir os custos indiretos é necessário escolher uma metodologia de custeio.
Nesses casos é possível aplicar o custeio por absorção ou o custeio ABC. O custeio ABC é um método baseado na atividade analisando de maneira forma mais detalhada como apropriar os custos indiretos através de um orientador de recursos e atividades.
Através do ABC é possível atribuir os cálculos de energia elétrica para um determinado produto ou serviço analisando o tempo de energia consumida em todo o hospital e depois subdividir o valor sobre a quantidade de áreas, cômodos e salas existentes. Esta análise é realizada para todos os custos indiretos do serviço planejado.
Mas, e o custeio de absorção?
Ao planejar os custos hospitalares o custeio de absorção é o mais utilizado em virtude da grandeza e da complexidade das atividades de um hospital.
Perante o volume de atividades e procedimentos médicos, o custeio ABC não seria indicado para calcular todos os tipos de custos.
O custeio de absorção consiste em avaliar para os custos indiretos a definição de critérios de rateio para apropriá-los ao custo do serviço contratado e adquirido.
Na aplicação da metodologia do custeio por absorção é necessário que a instituição tenha uma estrutura de centros de custos devidamente classificada, podendo ser nomeadas entre administrativos, apoio e serviços.
Custos de rateio
O rateio pode ser empregado em diferentes tipos de cálculos administrativos. Podendo inferir sobre o centro administrativo e gerindo o setor faturamento, compras e comercial.
Também pode avaliar os custos de material esterilizado, nutrição e dietética. Sobre os recursos empregados no centro cirúrgico, unidade de internação e UTI.
Como fazer os rateios?
Após a realização das classificações, é importante que a equipe gestora informe as áreas e abrangências de cada área de custo administrativo e de apoio.
Normalmente, esses tipos de custos precisam ser distribuídos através de critérios de rateio para os centros de custos de serviço, exigindo mensuração no custo final de cada serviço.
É indicado realização de análise individual por centro de custo, verificando a abrangência e os reais clientes de cada custo de definição de cada critério estabelecido.
O rateio pode se concentrar sobre a administração geral, centros de custos, percentual de custo fixo, custo unitário por serviço, estruturação de serviços e o custo unitário de cada serviço identificado.
A composição dos custos
Geralmente, a composição integral dos custos hospitalares é composta pelo custo variável somado aos custos de serviços.
Cabe ao setor administrativo e financeiro realizar a integração de identificação, cálculos e abatimentos referente a cada área hospitalar.
Aplicação de tecnologias
Para não ficar refém de planilhas e anotações manuais, as entidades hospitalares podem usar tecnologias de informação e gestão para a expansão de oportunidades para a organização, podendo obter maior faturamento e vantagem competitiva no mercado de atendimento médico.
Sabemos que gestão de custos hospitais é um dos maiores desafios para os gerentes financeiros, podendo ser atingida pela redução do número de convênios e alterações de mercado.
Mais controle
Em relação aos custos hospitalares, o gestor deve possuir mais controle dos custos hospitalares de forma integral, acompanhar as métricas, dados e conceitos que têm um impacto sobre o capital e a receita da instituição.
É importante ter boa visão sobre os gastos com materiais, o tempo de espera para o atendimento dos pacientes ou o período de ociosidade da equipe e dos equipamentos.
Conclusão
Portanto, analisando e trabalhando bem a partir de dados é possível otimizar recursos e aprimorar a eficiência de processos hospitalares. O gestor pode definir um bom planejamento, realizar tomada de decisões para a busca de soluções para problemas, perda de recursos e perda de tempo.
Lembramos que os custos ainda podem ser classificados como diretos ou indiretos de acordo com a forma de aplicação, independente de serem variáveis ou não.
Dessa forma, seguindo o planejamento correto a entidade conseguirá estimular uma cultura organizacional positiva interna e externamente para aprimorar os atendimento e qualidade do serviço médico e de saúde.